2° Carta de Paulo a Timóteo – Estudo Bíblico

Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. (2 Timóteo 4:7).

A segunda carta de Paulo a Timóteo traz para nós as ultimas palavras do apóstolo Paulo. Pois ele sabia que iria morrer quando escreveu esta carta. (2Tm 4:6).

Como sabemos, (Veja o estudo em primeira Timóteo) Paulo estava na 4° viagem missionária, deixou Timóteo na igreja de Éfeso e tinha planos de retornar para buscar o seu amado filho na fé. (1Tm 4:13. 2Tm 1:2).

Por volta do ano 64 d.C, Roma foi incendiada! Este evento marcou a história, é conhecido hoje como Grande Incêndio de Roma. E o que isso tem a ver com Paulo e Timóteo?

Este incêndio foi o que levou os dois principais apóstolos a morte. Paulo e Pedro. A história é a seguinte:

Nero era o imperador no poder até então. Ele queria ampliar o seu palácio que era cercado de casas comuns ao redor. Portanto, para ampliá-lo, ele precisava desapropriar essas propriedades, para derrubá-las e abrir espaço a ampliação do seu palácio.

Porém, o senado romano não deu permissão para tal, e os moradores ao redor do palácio iriam ficar. Sendo assim, cruel como era, Nero causou o incêndio que durou por 6 dias sem controle, e após ser controlado ainda levou mais 3 dias para ser totalmente apagado.

As casas romanas eram feitas com muita madeira, em 2 a 3 andares e ficavam aglomeradas aos montes, lado a lado. Isso contribuiu para o incêndio ganhar força. E o vento ajudou a espalhá-lo rapidamente.

Diz a história que Nero assistiu o incêndio e tocava um instrumento enquanto via Roma queimar. E após o incêndio, Nero comprou terrenos a preços baixíssimos ao redor do palácio para finalmente ampliá-lo.

Essa atitude colocou-o como principal suspeito de ter causado o incêndio. Então, Nero usou sua influência para colocar a culpa nos cristãos.

E não se engane isso ainda acontece hoje. Pois temos muitos líderes evangélicos que tem apenas fama diante do povo, mas não tem poder judicial, nem financeiro para se defender de acusações e são alvos fáceis de ímpios como Nero.

Líderes ímpios que tem poder sobre a mídia, poder judicial com advogados, promotores e juízes e ainda com poder financeiro conseguem comprar falsas testemunhas.

Se você é cristão, esteja preparado para quando uma perseguição começar e não acredite em ímpios, quando estes estiverem acusando os servos de Deus.

E assim, começa uma grande perseguição contra os servos de Deus. É por isso que muitos foram queimados vivos, outros jogados aos leões. Mas os primeiros a morrer foram os líderes, entre eles, Paulo e Pedro.

Pedro morreu crucificado, a mais cruel punição romana, ainda assim, não se julgou digno de morrer igual o seu Cristo, e pediu para que o virassem de cabeça para baixo.

Já Paulo, como era cidadão romano, não podia ser crucificado, mas foi decapitado. E foi enquanto estava na prisão, esperando o dia da morte, que este grande guerreiro de Cristo escreveu a segunda carta a Timóteo.

Enquanto a morte de Pedro foi semelhante à de Cristo. A morte de Paulo foi semelhante à de João Batista.

É possível sentir a tristeza de Paulo durante a leitura da carta. Ele pediu para que Timóteo fosse visitá-lo, mas infelizmente, quando a carta chegou a Timóteo, Paulo já havia sido decapitado.

A segunda carta de Paulo a Timóteo é pastoral, porque trata de um pastor deixando o posto e passando o cajado da liderança para outro pastor.

No capítulo 1, Paulo se mostra esperançoso e ansioso para ver Timóteo, imaginando que o veria uma ultima vez antes de partir (2Tm 1:5).

Ele antecipa o medo e a tristeza de Timóteo, por causa da perseguição de Roma e diz; para que Timóteo se renove, não tenha medo e nem sinta vergonha de ser o principal discípulo do líder do cristianismo que agora é um “criminoso”.

O convite de Paulo é inspirador quando diz: “participa comigo dos sofrimentos a favor do evangelho…” (2Tm 1:8). Paulo ainda afirma sua crença, ele sabe que esta preso pelo evangelho e sabe em quem tem crido.

No capítulo 2, Paulo exorta que Timóteo deve transmitir o evangelho que ouviu a homens fiéis que façam o mesmo. (2Tm 2:2). Ele compara os ministros de Deus com soldados que precisam manter o foco na missão.

Você consegue imagina o velho apóstolo na masmorra, com frio e tendo suas mãos algemadas esperando a morte, dizendo:

Fiel é esta palavra: “Se já morremos com ele, também viveremos com ele;
se perseveramos, também com ele reinaremos; se o negamos, ele, por sua vez, nos negará;
se somos infiéis, ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar a si mesmo.” (2 Tm 2:11-13)

Paulo ainda dá conselhos ricos e valiosos a Timóteo sobre não perder tempo com coisas inúteis, fugir dos desejos da mocidade e disciplinar os opositores.

No capítulo 3, Paulo alerta sobre os últimos dias, marcados por homens amantes de si mesmos e cruéis em tudo. (2Tm 3:1-9). E contra isso, Paulo se dá como exemplo para que Timóteo possa seguir.

E aconselha para que Timóteo siga aquilo que aprendeu com Paulo e com a bíblia, desde sua infância e faz questão de exaltar as escrituras dizendo:

Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça,
a fim de que o servo de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra. (2 Timóteo 3:16,17)

No capítulo 4, Paulo ordena firmemente, colocando Deus e Cristo como testemunhas, a que Timóteo pregue a palavra sem cessar. (2Tm 4:1,2).

Paulo avisa que esta perto a sua morte, ele não sabe exatamente quando, mas sabe que em breve. Por isso, pede a Timóteo que venha depressa. (2Tm 4:9).

Ele fala dos que lhe abandonaram, dá a localização dos outros cooperadores, pois Timóteo agora é quem vai dirigir estes missionários. E pede que traga Marcos consigo, provavelmente porque Paulo tinha orientações específicas para ele.

Ele fala de Alexandre, um que foi colocado em disciplina por Paulo (1Tm 1:20), mas que não aceitou a disciplina, desviando-se da verdade e agora com raiva, prejudicou o apóstolo de tal maneira, que Paulo não rogou por ele, mas espera que o Senhor faça justiça. (2Tm 4:14).

Ele conta sobre seu primeiro julgamento e manda saudações aos seus principais companheiros.

Sejamos como Timóteo quando leu essa carta. Que nossos olhos nadem em lágrimas pelo sofrimento do apóstolo Paulo, e que nossos corações queimem com fogo do Espírito, cheios de vontade e ousadia para pregar o evangelho em meio a perseguição romana.