Gálatas
Carta de Paulo aos Gálatas – Estudo Bíblico
E todos os irmãos que estão comigo, às igrejas da Galácia:
Graça e paz da parte de Deus Pai e do nosso Senhor Jesus Cristo, (Gálatas 1:2,3).
A carta de Paulo aos gálatas é sobre soteriologia, isto é, doutrina da salvação. Nessa carta o apóstolo defende o evangelho de Cristo Jesus.
A carta é destinada ás igrejas da Galácia, isto é, um grupo de pelo menos 4 cidades onde Paulo fundou igrejas naquela região. Antioquía da Pisídia, Icônio, Listra e Derbe, isto em sua primeira viagem missionária junto com Barnabé. (At 13:14,51. 14:6,8,24,25).
Ao que tudo indica, a carta foi escrita antes do concílio em Jerusalém (At 15:6-29). Pois na segunda viagem missionária, Paulo e Barnabé levaram a decisão do concílio em Jerusalém a todas as igrejas, incluindo as da região da Galácia.
E a decisão do concílio é justamente sobre não haver necessidade dos gentios aderirem às práticas judaicas. E como na carta aos gálatas Paulo esta defendendo a liberdade que temos em Cristo, conclui-se que sua carta é antes do concílio.
O problema das igrejas da galácia eram os judaizantes. Um grupo de judeus que pregavam dizendo que para ter a salvação completa, era necessário aderir às práticas judaicas seguindo a lei de Moisés, começando pela circuncisão.
A circuncisão não era apenas cortar ou não o prepúcio para ter a marca dos filhos de Abraão. Mas sim, a circuncisão é o primeiro passo para se converter ao judaísmo. Depois disso seguem-se as festas, a guarda do sábado e as tradições dos anciãos.
Portanto, se os gentios começassem a aderir ao judaísmo, o evangelho de Cristo iria rapidamente se perder, e Moisés entraria no lugar do Senhor. Por isso, Paulo combate essa falsa doutrina através da carta aos gálatas.
Os judaizantes estavam por toda parte, deram muito problema ás igrejas que Paulo fundou. Pois as sinagogas judaicas já estavam espalhadas pelo mundo antigo.
Por um lado, isso facilitava o trabalho de Paulo em pregar o evangelho, pois ele sempre começava pregando nas sinagogas e convertendo judeus. Mas por outro lado, os judeus que não se convertiam se tornavam perseguidores dos cristãos.
Na carta aos gálatas, percebemos pela defesa de Paulo, os argumentos dos judaizantes.
Nos capítulos 1 e 2, Paulo defende seu apostolado. Isso indica que os judaizantes estavam difamando a Paulo, questionando sua autoridade apostólica, dizendo que Paulo não tinha autoridade, nem autorização de Jerusalém para agir como apóstolo e fundar igrejas.
Então Paulo, mostra como foi o início da sua conversão, e como recebeu a bênção, isto é, o reconhecimento de Pedro, Tiago e João, colunas da igreja, que recomendaram a ele e a Barnabé para pregarem o evangelho. (Gl 2:9).
Nos capítulos 3 e 4, Paulo defende o evangelho, mostrando como que Abraão não foi justificado pela lei, até porque ela ainda não fora dada, mas foi justificado pela fé. (Gl 3:6. Gn 15:6).
Ele mostra como a lei não invalida a promessa de Deus, que é o evangelho. E que por isso, nós somos filhos de Abraão segundo a fé, recebendo assim a promessa do Espírito Santo. (Gl 3:14).
E um dos seus argumentos em defesa do evangelho, é mostrar que temos liberdade em Cristo, não precisamos voltar ao judaísmo, nem guardar dias, meses ou anos (falando dos sábados), (Gl 4:9-11).
E ele usa uma alegoria em Sara e Agar, mostrando que os judaizantes são como Agar. São filhos da escrava. Enquanto que os que creram em Cristo, são filhos de Abraão pela fé, são filhos da Livre, filhos da promessa.
E o que diz a escritura? Lança fora a escrava e seu filho. Isto é, lança fora essa falsa doutrina e seus filhos, os judaizantes. (Gl 4:29-31).
Nos capítulos 5 e 6, Paulo defende agora a ética cristã. Que nossa liberdade não é leviana, mas ela possui limites que é o amor ao próximo. (Gl 5:14).
Também ensina que essa liberdade em Cristo, é mediante o andar no Espírito e não na carne. Ou seja, quem anda na carne, antiga vida, velho homem, sem Cristo, também não possui liberdade nenhuma, ainda é escravo do pecado.
Mas quem anda no Espírito, tem liberdade em Cristo, cumprindo a vontade de Deus, não estando mais debaixo da lei. E a prova de que o Espírito de Cristo esta em você, é o fruto do Espírito. (Gl 5:16-25).
Um dos pontos altos da carta, é a oferta aos que ensinam a palavra (Gl 6:6), a prioridade em ajudar os irmãos em Cristo (Gl 6:10), e a moral de Paulo como imitador de Cristo até nos sofrimentos (Gl 6:17).
Na carta aos gálatas aprendemos acima de tudo que, somos livres, podemos fazer o que quisermos. Mas nossa vontade é segundo o Espírito, por isso, podemos fazer o que quisermos, mas certamente o Espírito não irá nos guiar a fazer as obras da carne, mas sim, produziremos o fruto do Espírito.